sexta-feira, 28 de maio de 2010

Meu epitáfio


Engraçado,escolhem-se pessoas para não somente falar da vida de outra,mas para registrá-la em sua lápide.Mas nenhuma pessoa pode falar sobre a vida de um morto tão bem quanto o próprio morto,pensando nisso eu resolvi escrever meu próprio epitáfio.


Dizem que existe um número limite de respirações,um número limite de verões presenciados,limite de batimentos do coração,um limite para se apreciar o por do sol,este limite recebeu um nome :morte.Então espero morrer como vivi,em paz.


Ao passar em minha cabeça que deixarei minha esposa,talvez filhos,e quem sabe netos sobre a proteção,não mais minha e sim de outra pessoa encarregada disso,devo admitir é um pouco desconfortável.Admitir que por trás de meu egocentrismo existe uma força superior,que é a lei natural, a lei da morte,indubitavelmente é doloroso.Saber que a brisa do verão,o frio do inverno, o acolhedor outono e a bela primavera tem um número limite para ser apreciados é um fato no mínimo assustador.


Mas a vida é especial porque existe a morte,tudo é mais belo,é mais singelo,é mais real porque tudo está fadado ao fim,e por nos apegarmos a cada minuto de nossa existência tudo assume proporções ainda mais magníficas.Só que não devemos viver ansiando a morte nem a ignorando,devemos viver em harmonia com ela,pois por enquanto a vida é a nossa companheira,mas sem aviso prévio, tornara-se a morte.

Espero que eu tenha realizado meus sonhos,não aqueles desejos irrefreáveis que eram me impostos pela minha perspectiva humana limitada, e sim de fato aqueles sonhos que trazem uma plenitude interior.Espero também que eu tenha tomado as decisões certas,e ter aprendido com as decisões erradas.E por fim espero ter morrido como vivi,e vivido como morri: em paz.

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