Engraçado,escolhem-se pessoas para não somente falar da vida de outra,mas para registrá-la em sua lápide.Mas nenhuma pessoa pode falar sobre a vida de um morto tão bem quanto o próprio morto,pensando nisso eu resolvi escrever meu próprio epitáfio.
Dizem que existe um número limite de respirações,um número limite de verões presenciados,limite de batimentos do coração,um limite para se apreciar o por do sol,este limite recebeu um nome :morte.Então espero morrer como vivi,em paz.
Ao passar em minha cabeça que deixarei minha esposa,talvez filhos,e quem sabe netos sobre a proteção,não mais minha e sim de outra pessoa encarregada disso,devo admitir é um pouco desconfortável.Admitir que por trás de meu egocentrismo existe uma força superior,que é a lei natural, a lei da morte,indubitavelmente é doloroso.Saber que a brisa do verão,o frio do inverno, o acolhedor outono e a bela primavera tem um número limite para ser apreciados é um fato no mínimo assustador.
Mas a vida é especial porque existe a morte,tudo é mais belo,é mais singelo,é mais real porque tudo está fadado ao fim,e por nos apegarmos a cada minuto de nossa existência tudo assume proporções ainda mais magníficas.Só que não devemos viver ansiando a morte nem a ignorando,devemos viver em harmonia com ela,pois por enquanto a vida é a nossa companheira,mas sem aviso prévio, tornara-se a morte.